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Ciranda Analítica

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A proposta da Ciranda Analítica é disponibilizar um espaço de encontro e inclusão de conteúdos, que abranjam todas as áreas que possam contribuir para o desenvolvimento humano, tendo como base a Psicologia Analítica. Nosso intuito é promover reflexões e encontros que criem espaços e condições de manifestação da alma humana - tão escondida e, ainda e infelizmente, tão negada pela sociedade patriarcal, que se baseia e prestigia os valores racionalistas; uma realidade que atinge, também, os espaços de psicologia, onde a teoria recebe maior enfoque. A abordagem analítica propõe um olhar profundo e considera a totalidade do Ser, num processo que nos revela a dimensão do desconhecido em nós - uma longa caminhada de encontros e desencontros, num olhar sagrado e profundo com a Psique. Nossa busca é colaborar para que as pessoas – destacando profissionais da psicologia - compreendam que a psicologia está muito além da teoria: ela é dinâmica e se constrói a partir das experiências. Carl Gustav Jung é nossa referência, pois a psicologia profunda se revelou a partir de sua conduta empírica e sua escrita é consequência de uma jornada intensamente vivida. Importante ressaltar que Jung nunca propôs a criação de junguianos: ele buscou um contorno teórico como forma de revelar a importância do processo de individuação. Por respeito a toda jornada e compreensão que temos de Jung, não temos como proposta dogmatizá-lo, pois isso seria de grande incoerência com tudo que ele construiu e nos deixou. Proporcionar às pessoas que estão se graduando em psicologia, um contato natural com Jung e sua linguagem - uma vez que a graduação oferecida pelas universidades ainda não reconhece a potência de grandeza e importância da Psicologia Analítica para o desenvolvimento humano, também faz parte da nossa proposta. Desta forma, buscamos eventos que contemplem tanto o aprofundamento teórico, que é parte considerável de toda formação, mas também materiais diversos com linguagem acessível para todas as pessoas, independente de suas ocupações e formações. Em essência, buscamos dar continuidade e ampliar o caminho que Jung corajosamente nos abriu e sempre incentivou às gerações futuras que assim o fizessem: a naturalidade do diálogo com a própria Alma! Confiamos nas experiências de cada Ser como uma jornada individual: cada Alma se manifesta em um corpo e busca, através deste, manifestar sua Totalidade. A Ciranda Analítica, como o próprio nome sugere, nos faz um convite ao movimento e está aberta a aprender com cada um que puder contribuir com novos passos dessa dança, ensaiada com nossas experiências individuais e coletivas, buscando um constante ampliar! De mãos dadas, dançaremos de vários ritmos e de muitas formas, respeitando o movimento interno de cada um e seu caminhar pelo conhecimento de sua Alma. É através do contato com o Todo que podemos nos aprofundar e proporcionar arranjos criativos de manifestação daquilo que se é, cada Ser com sua Individualidade. A roda da vida é dinâmica e estamos aqui para cirandar com ela!

 

“O senhor pode aprender muito a respeito da psicologia nos livros, mas cedo descobrirá que esta psicologia pouca utilidade tem na vida prática. Uma pessoa que se dedica à cura de almas deveria ter uma certa sabedoria de vida que não se baseasse apenas em palavras, mas também e sobretudo na experiência. A psicologia, como eu a entendo, não é apenas uma soma de conhecimentos, mas também experiência de vida. Se ela for ensinável, então o será apenas com base na própria experiência da psique humana. E esta experiência só pode ser obtida num aprendizado pessoal, isto é, individual, e não coletivo.

Na Índia é costume bem antigo que praticamente toda pessoa de certa cultura tenha um guru, um diretor espiritual que lhe ensine, e tão somente a ele, o que ele deve saber. Nem todos precisam saber a mesma coisa, e o saber sobre alguma coisa nunca pode ser transmitido da mesma forma a todos. É isto que falta totalmente as nossas universidades: a relação entre mestre e aluno. E é isto também que o senhor deveria ter, bem como todos os seus colegas que desejam uma formação psicológica.

Todo aquele, cuja vocação é dirigir almas, deveria primeiro deixar dirigir a sua própria alma para sentir o que significa o encontro com a alma humana. Conhecer o lado escuro de cada um é a melhor preparação para lidar com a escuridão dos outros. Só o estudo em livros não lhe será de grande valia, ainda que seja necessário. O mais útil será uma introspecção pessoal nos segredos da alma humana. Caso contrário tudo se resumirá a manobras intelectuais de palavras vazias que levam a um falatório inútil. Talvez fosse bom tentar entender o que digo em meus livros; e, se tiver um bom amigo, tente olhar por detrás de sua fachada, para que assim descubra a si mesmo. Isto seria um bom começo.”

 

(Carta de C. G. Jung, escrita em 25.09.1937, para Kending B. Cully)

C.G. Jung

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